Ayla desmistifica mais uma lenda do universo pet
Ah, não! Sério, Miriam? Vamos ter que falar sobre isso? Mas é a lenda urbana que eu mais amo!...humm... Cães e gatos não são inimigos e podem morar junto. Pronto. Tá bom assim, né? Podemos passar pro próximo assunto. ... Ok, ok! Não precisa me jogar na cara as promessas que fiz quando assumi o blog.
Vamos lá então (respira fundo e encara, Ayla!). Você é mais um humano que gosta de acreditar que cães e gatos não podem se dar bem? Bom, amigo, lamento informar, mas você caiu em uma das fake news mais antigas do planeta. Shame on you! Justo você, que pesquisa no Google todas as notícias que sua avó manda no zap zap. O negócio é o seguinte: embora todo o gato tenha sérias restrições quanto à quantidade de baba que um cão pode produzir e a falta de educação por não taparem seu próprio cocô, as duas espécies domésticas mais antigas do planeta podem tranquilamente não apenas conviver, mas serem amigos de verdade, inseparáveis. Tão diferente de alguns humanos por aí, né Miriam?
Como em quase todas as situações envolvendo comportamento animal, a questão se resume a uma coisa: você! É, meu caro humano, acostume-se a assumir sua carga de responsabilidade no nosso bem-estar. Ninguém mandou nos domesticar, lá num passado distante. Mas não se preocupe, tia Ayla vai explicar tudinho pra você, ok? É o seguinte: quando decidir oferecer o mesmo lar para um gato e um cachorro, antes de tudo, você precisa ser paciente e acreditar que vai dar certo, porque na verdade, a probabilidade de dar errado está diretamente ligada às suas dúvidas sobre como agir, que geram uma ansiedade negativa, e você acaba passando isso para os animais que quer aproximar. E também à sua falta de paciência. Quanto menos paciência, maior a chance de dar errado. Então, se você é do tipo que acha que é só colocar os dois juntos e eles que se virem pra fazer dar certo, eu tenho uma pergunta: Você não acha que está exigindo demais da sorte, meu caro? Alguém pode sair beemm machucado. Depois não adianta ficar se culpando.
Bom, agora que a Miram já trouxe um sachê pra melhorar meu humor e você já sabe que vai ter que se envolver no processo exercitando um pouco de calma, tranquilidade e pensamento positivo, Vamos combinar que pra quem viveu um isolamento social isso não é tão difícil assim, né?, deixa eu te dizer que seguindo um passo a passo simples, e evitando algumas situações de stress – acalme-se, vou falar sobre elas também – cães e gatos podem desenvolver diferentes formas de viverem sobre o mesmo teto. Desde, Te respeito mas cada um tem sua cama, valeu irmão? Até o muito comum Fala brother, chega pra lá que eu quero me deitar aqui do seu lado!
Temperamentos, experiências anteriores e idades
Antes de aparecer com o novo sortudo membro da família nos braços, é importante tomar algumas precauções que vão facilitar muito o processo. A primeira, e uma das mais importantes é conhecer o temperamento de cada um. É bom que você saiba, por exemplo, se o cão já conheceu algum gato antes e que reação ele teve; se é do tipo agitado, territorialista ou se é bonachão e só quer uma vidinha boa; se o gato é tranquilo ou mais estressado; se já teve contato com cães antes e como reagiu. Isso ajuda você a saber o que esperar de cada um e preparar a melhor adaptação. Também ajuda a selecionar mais adequadamente o candidato a melhor amigo do animal que mora na casa. Sim, porque cães mais territorialistas ou agressivos e gatos que já sofreram algum trauma causado por um cão vão ter mais dificuldades de conviver um com o outro, né? Ôh, Miriam, me serve mais sachê que explicar o óbvio me enche de fome!
Sabe aquele papo de respeitar as diferenças? Pois então, amigo (ah! como eu fico fofa depois que a Miriam faz minhas vontades!), você vai praticar isso na hora de escolher o novo morador. Além de levar em conta os temperamentos, avalie o momento de vida de cada um. Adoro falar bonito, mas se você não entendeu, vou traduzir: não é um padrão, mas, geralmente, animais mais idosos têm menos paciência com animais mais jovens, então, regule idades ou junte filhotes com jovens adultos. Salvo em casos especiais, evite juntar filhotes sem noção com idosos que só querem sono, sombra e água fresca. Eles vão preferir que você escolha outro vovozinho como ele, ou um adulto calmo, sem a energia acumulada dos pirralhos.
Dicas para a preparação das fases de adaptação
Como humanos precisam de tudo bem detalhadinho, eu dividi a adaptação em três fases pra você entender melhor: Isolamento, Contato visual e Convívio. Porém, antes de explicar tim-tim por tim-tim cada uma delas, é hora das primeiras preciosas dicas da Ayla! Pode confessar, Miriam, tá morrendo de inveja do meu vasto conhecimento, né?
GATIFICAR – Seja honesto e me responda: já gatificou sua casa? Sei que ainda não falamos disso aqui, não me pressionem. Prometo falar outro dia, mas resumidamente, gatos precisam de espaços verticais para se sentirem mais seguros e confortáveis. Então, se ainda não pensou nisso, pegue sua agenda e marque para hoje mesmo a instalação de prateleiras, arranhadores altos, libere o topo da geladeira, o cume da estante. Eles vão ser ótimos ajudantes no período de adaptação.
ENXOVAL – Se você está esperando que cão e gato dividam potes de comida, cama e brinquedos assim, logo de cara, hello!!!! Tá viajando, querido! Cada membro da família deve ter seu próprio enxoval, então, providencie tudo o que o novo morador precisa antes de ele chegar, e deixe que o morador mais antigo “inspecione o material”. No caso de ser o gato, ao mostrar potes, cama, brinquedos, etc do cão que vai chegar, você ajuda a fazê-lo se sentir no controle da situação depois que o intruso, Opa! Não, desculpe, Miriam. Ato falho! Depois que o novo amiguinho surgir. Se o morador mais antigo for um cão, ter contato com o enxoval do gato faz com que o felino, depois de instalado, possa sentir o cheiro do cachorro antes ainda de ter contato visual, o que é fundamental.
POSTAGEM ANTERIOR - Depois desse macete sobre o cheiro talvez você já tenha adivinhado que o passo a passo na adaptação de cães e gatos é bem semelhante àquele que expliquei no texto sobre adaptação de mais de um gato na casa, né? Muito bem! Você merece um sachê pela esperteza. Não o meu, óbvio! Se você ainda não leu o texto, aceite meu conselho como uma ordem e vá na postagem anterior porque tem informações ali que também são muito úteis na adaptação de espécies diferentes.
REFORÇO POSITIVO - Nunca, jamais, sob hipótese alguma, bata neles ou altere a voz para o cão ou para o gato. A não ser que você goste de lidar com animais assustados e inseguros, que ache muito engraçado ver um cão sem saber como agir, com medo de ser agredido ou ter que desentocar um gato apavorado que se escondeu no minúsculo espaço embaixo do sofá. Nesse caso, pare de ler esse post e ligue para a Miriam, ela vai te indicar um bom terapeuta. Em vez de palavras ríspidas ou agressão, use frases afetuosas e animadas, incentivando a boa interação dos dois, pode usar petiscos e abusar do carinho. Isso chama-se reforço positivo e, acredite, funciona até com pequenos mini humanos.
FLORAIS E FEROMÔNIOS - Você pode facilitar a adaptação dos futuros novos amigos usando florais específicos para aceitação de novos animais ou feromônios artificiais que promovem o relaxamento – não! nada a ver com ficar chapadão! – e facilitam o convívio. Se optar por usá-los, providencie-os antes da ida do novo morador.
CARINHO PRA DAR E VENDER - Já falamos sobre isso no post anterior, mas não custa repetir, já que humanos costumam ter certos problemas de memória. Que foi, Miriam? Quem tem de fazer escândalo nessa casa pra você lembrar que existe uma coisa no armário chamada petisco? Pois bem, durante o período de adaptação, capriche no carinho para o morador mais antigo, afinal, ele pode estar entendendo a situação como perda de espaço e atenção, e afagos redobrados ajudam a não se importar tanto. Vai lá na postagem anterior e leia mais sobre isso.
Bom, agora vocês vão me dar licença porque preciso ir alí ver se a Cora, a rottweiler que mora com a gente, tá precisando de uma massagem nas costas. Enquanto isso, aproveite e verifique se falta providenciar alguns dos macetes que eu listei nessa postagem, antes de juntar seus filhos não humanos. Sim, Miriam! Vou parar por aqui. Ôh, mulher ansiosa!! No próximo post que tá logo ali do lado vou ditar todo o passo a passo e mais umas super dicas maravilhosas, como são todas as que eu, Ayla, a superdotada, disponibilizo nesse blog.
Miau pra vocês.
CORA! Migaaaa, vem cá pra eu amassar pãozinho nas tuas costas.
Tem alguma dúvida sobre como funciona a rotina de um hotel para gatos? Entre em contato conosco, vamos conversar :)
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